sexta-feira, 30 de abril de 2010

A maturação no desenvolvimento motor

Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através da experiência e troca com o meio (Fonseca, 1988).
De acordo com Gallahue e Ozmun (2003) o movimento observável pode ser dividido em 3 categorias: movimentos estabilizadores (equilíbrio e sustentação), movimentos locomotores (mudança de localização) e movimentos manipulativos (apreensão e recepção de objetos). De acordo com cada faixa etária, estes movimentos estarão em estágios e fases diferentes.
As crianças de 1ª infância (2 a 6 anos), apresentam as habilidades percepto-motoras em pleno desenvolvimento, mas ainda confundem direção, esquema corporal, temporal e espacial. A variabilidade das habilidades fundamentais está se desenvolvendo, de forma que movimentos bilaterais, como pular, não apresentam tanta consistência as atividades unilaterais. O controle motor refinado ainda não está totalmente estabelecido, embora esteja desenvolvendo-se rapidamente.
Na 2ª infância (6 a 10 anos), as crianças apresentam a preferência manual e os mecanismos perceptivos visuais firmemente estabelecidos. No início desta etapa do crescimento, o tempo de reação ainda é lento, o que causa dificuldades com a coordenação visuo-manual/pedal não estando aptas para extensos períodos de trabalho minucioso. Esta fase marca a transição do refinamento das habilidades motoras fundamentais para as refinadas que propiciam o estabelecimento de jogos de liderança e o desenvolvimento de habilidades atléticas (Gallahue e Ozmun, 2003).
Na adolescência (10 até os 20 ou mais), o comportamento motor esperado é caracterizado pela fase de habilidades motoras especializadas. Depois que crianças alcançam o estágio maduro de um padrão motor fundamental, poucas alterações ocorrem. As mudanças ocorrem na precisão, na exatidão e no controle motor, porém não no padrão motor. O início da adolescência é marcado pela transição e a combinação dos padrões motores maduros. Nesta fase as crianças começam a enfatizar a precisão e a habilidade de desempenho em jogos e movimentos relacionados aos esportes. A habilidade e a competência são limitadas. A segunda fase da adolescência é marca pela autoconsciência dos recursos físicos e pessoais e suas limitações, e por isso concentra-se em determinados esportes. A ênfase está na melhora da competência.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A criança e aprendizagem


Como as crianças aprendem?? Todas aprendem da mesma maneira?? Todas ao mesmo tempo?? Como ensinar para obter o melhor aprendizado?? Essas perguntas são feitas entre os educadores nos dias de hoje, pois antigamente acreditava-se que as crianças aprendiam recebendo informações de um professor, ou seja, ele explicava, ditava regras, mostrava figuras, etc. e o aluno/a criança, ouvia, copiava, decorava e assim deveria aprender. Quando não aprendia, culpava-se a criança por desatenção ou irresponsabilidade.

Atualmente existem outras idéias sobre aprendizagem. Essas idéias são o produto de trabalho de alguns educadores e psicólogos que têm procurado responder às perguntas apresentadas no início desse texto. Um campo de estudo seria a Psicologia Cognitiva (Ciência que estuda o conhecimento), portanto é possível aprender recebendo informações, treinando e decorando regras, mas dessa maneira a compreensão daqueilo que se aprende costuma ser bem pequena, e esta é a diferença: o que se procura através da Psicologia Cognitiva é favorecer o aprendizado com compreensão. Ao fazer esses estudos, alguns pesquisadores fizeram importantes descobertas sobre o pensamento da criança: elas pensam de maneira diferente umas das outras, seu pensamento evolui, passa por estágios, onde em cada um tem uma maneira especial de compreender e explicar as coisas do mundo. Por exemplo, na teoria de Piaget, o estágio pré-operacional (1ª infância), diz que a criança aprende por meio de imagens e habilidades de memória, e nessa fase então, o aprendizado é condicionado e mecânico.

O processo de aprendizagem é feito em etapas em nosso sistema nervoso, iniciando em memória de curto prazo (primária) que pode ter um estímulo para fortalecer a repetição, memória secundária onde seria a consolidação, pois o sistema armazena a informação e memória de longo prazo (terciária) que armazena e depois pode ser reativada quando necessário.

Segundo (PAPALIA & OLDS, 1998), uma boa pré-escola ajuda as crianças a aprender e a crescer em diversos sentidos. A autonomia floresce à medida que as crianças exploram um mundo fora de casa e escolhem entre muitas atividades de acordo com seus interesses e habilidades, as quais as deixa experienciar muitos sucessos que formam a confiança e a auto-imagem.

Algumas pré-escolas enfatizam o crescimento social e emocional, outras se baseiam na Teoria de Piaget e têm uma ênfase muito forte cognitiva. Os professores em uma boa pré-escola tentam avançar no desenvolvimento cognitivo de diveras formas: fornecem experiências que levam as crianças a aprender fazendo, estimulam os sentidos das crianças através da arte, música, dança, etc., encorajam as crianças a observar, a conversar, a criar e a resolver problemas/atividades que estabelecem as bases para o funcionamento intelectual mais avançado.

Portanto, uma boa pré-escola incentiva o desenvolvimento cognitivo, social, emocional e físico das crianças.

"Cada vez que ensinamos algo a uma criança, estamos impedindo que ela descubra por si mesma, por outro lado, aquilo que permitimos que ela descubra por si mesma, permanece com ela." (PIAGET)